Quando ouço ou leio frases assim: “alguém tem uma musiquinha para
tal festa? ”, ou “vou fazer isso na aulinha “ou “ Ali vocês pais podem ver os
trabalhinhos dos alunos”
Fico pensando no tal do diminutivo, e o quanto ele pode
diminuir o valor do trabalho do professor e diminuir literalmente a importância
da produção intelectual dos alunos, intelectual sim, pois dadas as devidas proporções
os alunos até os menores fazem uma serie de conjunções mentais e intelectuais,
para suas criações sejam elas complexas ou mais básicas, desta forma ao relatar
usando o diminutivo nos mesmos acabamos por diminuir tal importância, ou por
puro hábito e costume, sem fazer nenhuma reflexão. O que parece a principio ser
uma forma carinhosa de falar, na verdade esconde uma armadilha cultural, em não valorizar
ou menosprezar o agente da produção no caso a criança, nem mesmo o orientador
dessa produção o professor, que nesta onda vai se deixando levar pelo costume e
na maioria das vezes, nem percebe que seu trabalho, estudo e dedicação, sejam
vistos como um trabalhinho daquela mocinha a professorinha.
Cabe a cada escola, professor e coordenador abandonarem
velhos hábitos de linguagem, para que essa maldição do diminutivo não nos
acometa do seu mal, de ter o seu valor diminuído, de ter sua produção diminuída
e o pior de ter sua dignidade de
professor diminuída. Afinal , somos professores com P maiúsculo!
Sônia Jardim
Sônia Jardim
Ótimo texto Sônia. Também acredito que as palavras tem força e carregam histórias dentro dos seus significados, produzem subjetividades. Somos professores de musica e o tratamento no diminutivo, como vc bem colocou, produz certa inferioridade. Ainda mais dentro da escola, repleta de disciplinas "Maiusculas"... porque a música seria o "patinho" "feínho" da história né?!
ResponderExcluirAbço.