Era noite...
E na senzala, o som dos tambores e do
berimbau ecoava pela fazenda. Os negros faziam passos alucinados cheios de
gingado e movimento, que às vezes pareciam dança e às vezes parecia luta.
Cantavam canções que chamavam para a luta, que falavam de liberdade ou de
saudade de uma terra distante.
O capataz da fazenda recém chegado, ao
ouvir os cantos e observar aqueles movimentos que pareciam exibições de força e
malicia, sai correndo para a casa do dono da fazenda e diz:
_ Senhor eles estão preparando uma
rebelião!
O dono da fazenda meio sem paciência
responde ao capataz:
_Que nada eles estão só dançando!Estão
felizes, eu não sei por quê?Pode deixá-los em paz!E a tal da capoeira!
Era
mais ou menos assim meio que “enganando” os senhores de escravos da época, que
as primeiras rodas de capoeira surgiram, o que parecia uma dança era na verdade
um luta de defesa pessoal, ou seja, uma espécie de arte marcial, com a mistura
de dança, musica e luta. E o capataz tinha razão de ficar preocupado, pois a
capoeira é uma arma de defesa e ataque muito poderosa. Enquanto as artes
marciais orientais defendem o silêncio e a contemplação, a capoeira pelo
contrário é extremamente musical.
O
bom capoeirista tem saber lutar, jogar, tocar os instrumentos da capoeira e
cantar.
Embora
a capoeira tenha suas raízes mais ligada a cultura africana o nome capoeira vem do tupi guarani que significa "o que foi mata",
através da junção dos termos ka'a "mata" e pûer "que
foi" isso se referindo ao local onde se faziam a roda de capoeira chão de
terra batida,dai o nome capoeira.Eu como professora de musicalização, sempre acreditei na parceria entre os professores de capoeira e musicalização,afinal, ambos trabalham música, movimento e manuseio de instrumentos, sem contar a forte ligação que ambos tem com a cultura Brasileira .
Sônia Jardim
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